Após uma série de especulações nas últimas duas semanas, o Facebook finalmente anunciou, nesta quinta-feira (28), sua decisão de mudar de nome para Meta. Tudo indica que essa mudança tem como objetivo atenuar a crise de imagem enfrentada pela empresa após o vazamento de documentos internos. Vale ressaltar que o nome da rede social principal permanecerá inalterado, sendo a modificação aplicada apenas ao conglomerado que supervisiona outras plataformas, como WhatsApp e Instagram.
Contudo, fica a incerteza sobre se a simples alteração de nome será suficiente para melhorar a percepção pública em relação ao Facebook. Para explorar essa questão, o Olhar Digital entrevistou Patrícia Dalpra, fundadora da PD Gestão de Imagem e Carreira, uma empresa especializada em gestão de imagem.
Além dos vazamentos que expõem o Facebook como uma empresa que prioriza o lucro em detrimento da segurança dos usuários, a gigante enfrenta um significativo processo nos Estados Unidos por práticas monopolísticas. Alega-se que a empresa prejudica a concorrência ao manter o controle sobre algumas das maiores redes sociais do mundo.
Segundo Dalpra, a mudança de marca por si só não é suficiente para resolver os problemas de reputação do Facebook; ela precisa ser acompanhada por outras medidas para ter um efeito positivo. “Uma mudança de marca precisa ser seguida por uma série de estudos e ações que vão além do nome, principalmente quando tratamos de uma marca com forte rejeição em relação ao seu comportamento e reputação”, explicou.
Mais crucial do que o novo nome é a necessidade de o Facebook adotar mudanças em sua maneira de operar e se comportar, para que o público perceba que a alteração vai além da nomenclatura. “A reputação precisará ser restaurada nesta nova fase da marca, com alinhamento e, principalmente, uma conexão com seu público-alvo. Uma conexão que o Facebook não conseguiu estabelecer com um público extremamente importante para o seu segmento de atuação”, acrescentou.
A especialista destaca que são dois processos distintos, mas que precisam ocorrer em paralelo. O rebranding trata da mudança de identidade externa da marca, enquanto o reposicionamento envolve a alteração da promessa geral da marca. “O rebranding lida com fatores externos da marca, enquanto o reposicionamento lida com os fatores internos. Dentro desse contexto, vejo como dois caminhos muito pertinentes para o Facebook”, observou.
Essa mudança não está isenta de riscos. Primeiramente, há o risco da reputação da empresa, uma vez que o Facebook construiu uma marca ao longo dos anos, e apesar da crise, o nome da empresa é muito forte. Nesse sentido, como a alteração não afetará a rede social em si, esse impacto pode ser mitigado.